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22/10/2025
Em tempos de tantos desafios sociais, é na escola que se forma a consciência cidadã. Não há exagero em afirmar que, mais do que ensinar conteúdos curriculares, a função maior da escola é educar para a convivência plural, o que inclui preparar crianças e jovens para reconhecer e respeitar as diferenças de cor, origem e gênero.
É também no ambiente escolar que temas como o racismo, o machismo, a gordofobia, o etarismo e outros preconceitos estruturais podem ser discutidos de maneira aberta, segura e responsável. Não por acaso, a legislação brasileira exige que as escolas atuem com firmeza na educação antirracista, promovendo o respeito e a valorização da diversidade como parte do currículo escolar.
Mas é fundamental fazer uma distinção: a escola é um espaço de construção de valores, enquanto a responsabilização legal por atitudes discriminatórias cabe ao sistema de Justiça. Confundir esses papéis seria enfraquecer tanto a missão pedagógica quanto a missão legal.
“Esse trabalho de combate ao racismo dentro da escola é um trabalho de formiguinha, um processo lento e constante, em que vamos inserindo na realidade do aluno a pluralidade e a valorização da presença negra na sociedade”, afirma Carol Lyra, diretora geral do Colégio Anglo Sorocaba.
A distinção entre os papéis da escola e da Justiça não é apenas uma questão de bom senso, mas também uma diretriz legal. A Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o Estatuto da Igualdade Racial, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as Leis 10.639/03 e 11.645/08 formam o conjunto normativo que obriga as instituições de ensino a tratar de forma ativa e constante temas como a história da África, a cultura afro-brasileira e a valorização da diversidade étnico-racial.
No entanto, a legislação também delimita que a sanção de condutas discriminatórias é prerrogativa do poder público.
“Imagine se a escola fosse um lugar de punição, em vez de formação? Ela perderia sua principal razão de existir, que é renovar valores e abrir caminhos para o pensamento crítico. No Anglo Sorocaba, fazemos essa escolha todos os dias: educar com consciência e constância”, afirma Carol Lyra.
No Colégio, as ações e a educação antirracista vão muito além do cumprimento das diretrizes legais. Elas transcendem o papel, pois fazem parte da cultura institucional e da identidade da escola.
Todos os anos, os professores participam de uma formação específica sobre o currículo antirracista, que é revisado e atualizado para garantir que os temas sejam abordados de forma transversal e contextualizada em todas as disciplinas. Saiba mais Capacitação profissional | Colégio Anglo Sorocaba .
E até nos detalhes do dia a dia a mensagem é neste sentido e chama a atenção: os colaboradores usam uniformes com a palavra Ubuntu, uma linda filosofia africana que significa “eu sou porque nós somos”. Ela representa bem o espírito de união, respeito e coletividade que estão no centro de tudo o que se vive no ambiente escolar.
“O currículo antirracista do Anglo Sorocaba não só respeita a LDB como é turbinado com ações que tornam esse ensino vivo. O racismo não se combate com uma única ação, mas com um conjunto de práticas consistentes”, destaca Carol.
A escola também oferece uma disciplina exclusiva para discutir questões raciais com profundidade e sensibilidade. Leia mais sobre essa disciplina Antirracismo | Colégio Anglo Sorocaba . Além disso, são realizados diversos aulões ao longo do ano, com aprofundamento em temas importantes tanto para a formação cidadã quanto para a preparação dos estudantes para provas seletivas, como o vestibular e o Enem.
Em um desses encontros, os alunos do Ensino Médio puderam se aprofundar no conceito de apropriação cultural, que ocorre quando elementos de uma cultura são usados por outra de forma descontextualizada ou sem respeito às suas origens. Um exemplo comum é o uso de turbantes ou acessórios de matriz africana apenas como moda, sem conhecer o significado histórico e religioso. Esse tipo de conversa ajuda os estudantes a desenvolverem um olhar mais crítico e respeitoso sobre outras culturas.
O tema também é trabalhado de forma interdisciplinar em ambientes como o Beco das Etnias, um espaço pedagógico que celebra a diversidade cultural brasileira por meio de exposições permanentes e atividades interativas, veja neste link Beco das etnias | Colégio Anglo Sorocaba.
Outro destaque é o Café com Conversa, iniciativa que convida toda a comunidade escolar: pais, alunos, professores para um bate-papo aberto e acolhedor sobre diversos temas, sendo que o antirracismo é um dos principais, acompanhado de um café coletivo.
Até mesmo o esporte se transforma em ferramenta de educação antirracista: no tradicional JOCÃO, as equipes recebem nomes inspirados em impérios africanos ou símbolos da cultura Adinkra, mostrando que a identidade negra também é sinônimo de força, inteligência e história, acesse: Jocão e a cultura africana | Colégio Anglo Sorocaba .
E, para além das aulas e dos eventos, a representatividade também está nas campanhas publicitárias da escola. As peças de comunicação do Anglo Sorocaba apresentam alunos com diferentes tons de pele, traços e origens — com presença de crianças negras, amarelas e brancas — promovendo a imagem de uma escola verdadeiramente plural.
A coerência entre discurso e prática também se reflete na composição do corpo docente e da equipe pedagógica da escola, que adota políticas de contratação que priorizam a pluralidade de perfis em todos os níveis.
“Quando trazemos representatividade para a equipe docente, mostramos aos alunos que podem ocupar todos os espaços, inclusive os de maior prestígio e responsabilidade dentro da escola”, reforça Carol Lyra.
Nesse sentido, a escolha de professores com diferentes origens não é apenas uma questão de diversidade visual, mas de garantir que diferentes vivências e saberes culturais estejam presentes no processo de ensino-aprendizagem.
O antirracismo não é uma tarefa de um dia só e nem de uma pessoa só. É um compromisso coletivo, diário e intencional. No Colégio Anglo Sorocaba, a escola educa com constância e propósito, sem perder de vista o que é essencial: ensinar para transformar, sem confundir seu papel com o das instituições jurídicas.
Porque uma escola que pune ou que não promove um ensino significativo deixa de ensinar. Já uma escola que educa com coragem e compromisso constrói caminhos para um futuro mais justo e plural.