15/09/2025
Um dos deslizes mais frequentes em redações avaliativas é fugir do tema proposto. Em exames como o Enem, essa falha pode até anular a prova, independentemente da qualidade dos argumentos apresentados. Manter-se fiel ao assunto é essencial para garantir que a banca avalie de forma positiva a capacidade de interpretação e desenvolvimento do candidato.
Outro ponto crítico é a estrutura do texto. Parágrafos muito longos, ausência de conectivos e ideias misturadas dificultam a compreensão. O uso correto de elementos coesivos, como “além disso”, “por outro lado” e “consequentemente”, garante fluidez e torna a leitura mais agradável.
Repetições excessivas de palavras e expressões também prejudicam o resultado. Substituir termos já utilizados por sinônimos e variar as construções frasais ajudam a manter o texto mais dinâmico e interessante.
A redação exige linguagem formal e objetiva. O uso de gírias, abreviações, marcas de oralidade e expressões coloquiais compromete a credibilidade do texto. Frases longas demais, com muitas vírgulas e ideias secundárias, tendem a confundir o leitor e dificultar a compreensão.
Para garantir clareza, é recomendável escrever períodos mais curtos e diretos, evitando adjetivos em excesso ou termos vagos, como “muito bom”, “interessante” ou “legal”. A precisão no vocabulário contribui para transmitir o conteúdo de forma mais assertiva. “Textos bem avaliados são aqueles que equilibram objetividade e profundidade. Isso significa apresentar argumentos sólidos, mas sem exageros ou linguagem confusa”, orienta Carol Lyra, diretora geral do Colégio Anglo Sorocaba.
Um erro recorrente entre estudantes é iniciar a redação sem planejamento prévio. Sem um esboço das ideias principais, o texto tende a perder foco, apresentar repetições ou contradições. Organizar a introdução, os argumentos centrais e a conclusão antes de começar a escrever ajuda a manter a coerência e garante melhor desenvolvimento do tema.
Outro fator que prejudica a redação é a falta de repertório sociocultural. Para enriquecer os argumentos, é fundamental manter-se informado sobre temas atuais, ler artigos de opinião, acompanhar debates e consumir conteúdos variados, como livros, podcasts e documentários. Esse repertório oferece exemplos consistentes para sustentar a tese e impressionar a banca avaliadora.
No Enem, a ausência ou a má elaboração da proposta de intervenção compromete seriamente a nota final. Essa parte da redação exige a apresentação de uma solução viável e detalhada para o problema discutido, sempre com respeito aos direitos humanos.
Para ser completa, a proposta deve conter:
Agente: quem vai executar a ação;
Ação: o que será feito para resolver o problema;
Meio: como essa ação será realizada;
Objetivo: a finalidade da proposta apresentada.
Exemplo: “O Ministério da Educação pode implementar programas de capacitação para professores, utilizando recursos digitais, a fim de promover a inclusão tecnológica nas escolas públicas”.
Falhas comuns incluem apresentar soluções genéricas, impossíveis de serem aplicadas ou que não dialogam com os argumentos desenvolvidos no texto.
Pontuação inadequada, concordância verbal ou nominal incorreta e uso errado de crase estão entre os erros mais observados em redações. Esses problemas podem reduzir significativamente a nota, mesmo que o conteúdo seja consistente.
A revisão atenta do texto ajuda a identificar falhas que passam despercebidas na primeira escrita. Ler em voz alta, por exemplo, auxilia a perceber trechos truncados, pontuações mal colocadas ou repetições desnecessárias.
Além disso, manter uma rotina de leitura é essencial. Quanto maior o contato com textos bem escritos, maior será a familiaridade com a norma padrão da língua e menor a incidência de erros gramaticais.
Iniciar a redação com expressões como “desde os primórdios da humanidade” ou usar argumentos genéricos, sem dados ou exemplos concretos, prejudica a originalidade do texto. Os corretores valorizam redações que apresentam ideias bem desenvolvidas, com profundidade e embasamento.
Para evitar esse problema, é recomendável usar informações de qualidade, como estatísticas de órgãos oficiais, referências históricas e citações de autores ou pensadores. Esses recursos enriquecem a argumentação e demonstram domínio sobre o tema abordado.
Cada parágrafo deve ter uma ideia central, bem articulada com as demais partes do texto. A ausência de coesão faz com que os argumentos pareçam soltos, dificultando a compreensão do leitor.
Elementos de transição, como “além disso”, “por conseguinte” e “nesse sentido”, ajudam a ligar as ideias e a construir uma progressão lógica entre os parágrafos. Essa prática valoriza a clareza e torna a leitura mais fluida. De acordo com Carol Lyra, “um texto bem estruturado não apenas apresenta bons argumentos, mas também os conecta de maneira clara e organizada, facilitando a interpretação do leitor”.
A prática regular é a forma mais eficiente de melhorar a escrita. Produzir textos semanalmente, revisá-los com atenção e reescrevê-los quando necessário permite identificar pontos de melhoria. Participar de oficinas de redação, pedir correções de professores e analisar redações nota 1000 de anos anteriores são estratégias recomendadas para aperfeiçoar o desempenho.
Além disso, variar os gêneros textuais durante os treinos amplia a capacidade de expressão. Escrever artigos de opinião, cartas argumentativas e narrações desenvolve diferentes habilidades, preparando o estudante para provas que exigem formatos variados.
Evitar erros comuns na redação é um desafio que pode ser superado com treino, leitura frequente e planejamento adequado. Manter-se dentro do tema, elaborar argumentos consistentes, revisar o texto com cuidado e apresentar uma proposta de intervenção bem estruturada são passos fundamentais para alcançar uma boa avaliação.
Para saber mais sobre redação, visite https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/dicas/o-melhor-tipo-redacao.htm e https://suprema.edu.br/noticia/como-fazer-uma-boa-redacao-para-o-enem-ou-vestibular