Image de fundo Blor Home
O desafio do uso do celular para crianças e adolescentes

Pais podem ajudar filhos a equilibrar uso do celular

25/08/2025

No Brasil, a Lei nº 15.100/2025 determinou a proibição do uso de celulares, tablets e smartwatches em todas as etapas da educação básica, durante o período escolar. A medida, válida da pré-escola ao ensino médio, busca conter problemas já visíveis no dia a dia: dispersão em sala de aula, redução da convivência entre colegas e impactos sobre saúde emocional. O cenário reforça a importância da parceria entre escola e família, pois é em casa que se constroem os hábitos digitais que se refletem na rotina escolar.

Pesquisas mostram que os efeitos do excesso de telas vão além da aprendizagem. O relatório mais recente do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) apontou que jovens que passam mais de cinco horas diárias no celular tiveram desempenho significativamente menor em matemática. Outro estudo, conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais, encontrou associação entre uso excessivo de telas e maior incidência de sintomas de depressão infantil. Esses números indicam que o equilíbrio precisa ser trabalhado desde cedo, com atenção de pais e responsáveis.

O papel da família na construção de hábitos digitais

Um dos primeiros passos é estabelecer regras claras. Ter horários definidos para o uso do celular ajuda as crianças a entenderem que a tecnologia não pode ocupar todos os espaços do dia. Momentos como refeições em família ou conversas antes de dormir devem ser preservados como experiências livres de telas. Essa organização dá segurança aos jovens e mostra que há tempo para tudo: para brincar, estudar, descansar e também se conectar.

Para que as regras funcionem, é fundamental que pais e responsáveis sejam exemplos. Não adianta exigir que os filhos deixem o celular de lado se os próprios adultos permanecem ligados ao aparelho em todos os momentos. A coerência entre discurso e prática fortalece o aprendizado. “Os pais são referências para seus filhos. Quando demonstram equilíbrio no próprio uso do celular, tornam-se modelos positivos de comportamento”, explica Carol Lyra, diretora geral do Colégio Anglo Sorocaba.

Outra atitude eficaz é o acompanhamento próximo. Conhecer os aplicativos utilizados, verificar configurações de privacidade e conversar sobre conteúdos consumidos são estratégias que mostram interesse genuíno. Mais do que proibir, trata-se de educar para que crianças e adolescentes desenvolvam autonomia no ambiente digital.

Alternativas ao excesso de telas

Muitos casos de uso compulsivo do celular estão relacionados à falta de outras atividades atrativas. Quando há opções interessantes, o tempo diante da tela diminui naturalmente. Por isso, propor passeios em família, incentivar esportes, resgatar jogos de tabuleiro, estimular hobbies ou mesmo envolver os filhos em tarefas domésticas pode ser um caminho saudável. Essas vivências fortalecem vínculos, aumentam a criatividade e reduzem o tédio que muitas vezes leva ao uso automático do celular.

O contato com a leitura também merece destaque. Crianças que têm livros acessíveis e são incentivadas a explorar histórias costumam dedicar menos tempo às telas. Essa prática não apenas reduz a exposição digital, mas amplia o vocabulário, melhora a capacidade de concentração e estimula a imaginação. O mesmo vale para atividades artísticas, como desenho, música e teatro, que oferecem novas formas de expressão.

Além disso, pais atentos ao sono dos filhos conseguem observar como o celular afeta diretamente o descanso. A luz azul das telas prejudica a qualidade do sono, especialmente quando o aparelho é usado à noite. Por isso, criar a regra de “sem celular no quarto” pode ser decisivo para o bem-estar físico e emocional dos jovens.

A importância do diálogo contínuo

Equilibrar o uso do celular não significa restringir totalmente. A tecnologia faz parte da vida dos jovens e pode trazer benefícios quando usada de forma consciente. Aplicativos de estudo, plataformas de leitura digital e recursos de pesquisa podem ampliar horizontes quando bem orientados. Cabe aos pais mediar essa relação para que os filhos percebam o valor do equilíbrio.

Segundo Carol Lyra, “o diálogo constante entre pais e filhos sobre o uso do celular cria confiança e fortalece a responsabilidade digital”. Essa presença ativa faz com que adolescentes se sintam ouvidos e respeitados, ao mesmo tempo em que aprendem a lidar com limites de forma natural. Conversas abertas sobre riscos das redes sociais, tempo de tela e prioridades do dia a dia são mais eficazes do que medidas autoritárias.

Também é importante reconhecer que a dependência digital não atinge apenas os filhos. Muitos adultos enfrentam dificuldades semelhantes e acabam transmitindo mensagens contraditórias. Ao refletirem sobre seu próprio comportamento, pais podem reforçar a coerência dentro de casa. Essa autorregulação funciona como exemplo vivo de que é possível aproveitar a tecnologia sem abrir mão da convivência, da saúde e do estudo.

Caminho para uma cultura de equilíbrio

O celular já é uma extensão da vida social e acadêmica das novas gerações, e o desafio não está em eliminá-lo, mas em criar uma cultura de uso consciente. A legislação recente mostra que o país está atento ao problema, mas nenhum esforço terá sucesso sem a colaboração das famílias. Criar rotinas, estabelecer limites, propor alternativas e dialogar constantemente são medidas práticas que ajudam a transformar o relacionamento dos jovens com a tecnologia.

O equilíbrio, nesse caso, não significa abrir mão do celular, mas garantir que ele seja usado de forma saudável e com propósito. A infância e a adolescência são fases de descobertas intensas, em que o contato com experiências reais é essencial para o desenvolvimento pleno. Os pais, ao assumirem um papel ativo nesse processo, tornam-se protagonistas da educação digital de seus filhos.

Para saber mais sobre celular, visite https://www.techtudo.com.br/guia/2025/01/lei-que-proibe-celular-nas-escolas-tudo-que-voce-precisa-saber-a-respeito-edmobile.ghtml e https://www.cnnbrasil.com.br/educacao/proibicao-do-celular-na-escola-e-para-melhorar-a-aprendizagem-diz-mec/

 


Voltar

COMPARTILHE:

Junte-se a nós nesta jornada emocionante! Explore os artigos e acima de tudo, divirta-se enquanto descobrimos juntos o fascinante mundo Educacional.

Siga-nos

Newsletter