18/06/2025
Quando o estudante é encorajado a tomar decisões, refletir sobre seus atos e participar ativamente da vida escolar, ele passa a se enxergar como parte essencial do processo educativo. Esse é o princípio do protagonismo, uma abordagem que reconhece o aluno como agente da própria aprendizagem e da transformação coletiva.
Na prática, o protagonismo estudantil se manifesta em situações que exigem escuta, colaboração, responsabilidade e iniciativa. Desde uma simples decisão sobre como organizar um trabalho em grupo até a participação em projetos sociais, esse exercício fortalece habilidades que transcendem os muros da escola. Ao envolver os alunos na construção de soluções, a escola promove não só o aprendizado de conteúdos, mas também a formação de cidadãos críticos e participativos.
Para que esse desenvolvimento aconteça, é necessário criar ambientes que favoreçam a autonomia. Atividades que incentivam a resolução de problemas, o pensamento criativo e a empatia contribuem para que o estudante se reconheça como parte ativa da escola. “É por meio do protagonismo que o aluno aprende a tomar decisões com responsabilidade, compreendendo o impacto que elas geram no coletivo”, destaca Carol Lyra, diretora pedagógica do Colégio Anglo Sorocaba.
Além de fortalecer a autoconfiança, o protagonismo contribui para um clima escolar mais saudável. Quando os estudantes se sentem ouvidos, eles passam a cuidar do ambiente em que estão inseridos. Isso influencia diretamente a convivência entre colegas, a relação com os professores e até mesmo a frequência escolar. É comum que a evasão diminua quando o jovem se reconhece como peça importante da comunidade escolar.
Outro benefício evidente é o desenvolvimento de competências socioemocionais. Alunos que participam de grupos de mediação de conflitos, debates ou ações colaborativas aprendem a lidar com frustrações, a ouvir opiniões diferentes e a se posicionar com respeito. Essas são habilidades que farão diferença tanto na vida acadêmica quanto no ambiente profissional.
Ainda que o incentivo ao protagonismo esteja ganhando força, nem sempre é fácil mudar antigas estruturas. A escola precisa estar disposta a ouvir, adaptar e replanejar. É comum que haja resistência por parte de adultos acostumados com um modelo mais tradicional, no qual o aluno é apenas receptor. Nesse contexto, é importante compreender que protagonizar não significa desobedecer ou tomar decisões sem critério, mas sim atuar de forma ativa, ética e responsável.
As famílias também desempenham um papel essencial nesse processo. Quando os responsáveis apoiam a autonomia dos filhos e reconhecem seu potencial de decisão, ajudam a consolidar um comportamento participativo dentro e fora da escola. A construção do protagonismo é, portanto, um esforço conjunto entre escola, educadores, estudantes e responsáveis.
Desenvolver o protagonismo não é apenas uma escolha pedagógica: é um compromisso com a formação integral dos jovens. Em tempos de rápidas transformações sociais, formar alunos conscientes, engajados e capazes de agir com responsabilidade se tornou uma das missões mais urgentes da educação.
Para saber mais sobre protagonismo, visite https://institutoayrtonsenna.org.br/praticas-que-contribuem-para-o-protagonismo-juvenil-na-escola/ e https://novaescola.org.br/conteudo/16722/para-melhorar-o-convivio-escolas-devem-estimular-protagonismo-infanto-juvenil?_gl=1*1c4acwd*_gcl_au*MTk5ODkyODE2Ny4xNzM1NTc5MDA3