05/05/2025
A rotina de uma mãe que trabalha envolve uma série de ajustes diários. Muitas acordam antes de todos para deixar a casa em ordem, organizam os horários escolares e ainda precisam manter o foco no trabalho. Esse esforço, muitas vezes invisível, revela um dado preocupante: segundo pesquisa da Ticket, 48% das mães se sentem sobrecarregadas com os cuidados dos filhos, contra apenas 20% dos pais. E a situação se agrava quando se trata de mães solo, que são 48% das entrevistadas.
O impacto não se limita ao cansaço físico. Em muitos casos, essas mulheres enfrentam barreiras profissionais. A consultoria Elliott Scott HR Brasil identificou que 69% das mães com filhos pequenos acreditam que sua carreira evolui mais lentamente que a de colegas sem filhos. Além disso, 39% disseram já ter perdido uma oportunidade de trabalho por causa da maternidade. Essa desigualdade mostra como o sistema ainda exige que a mulher se desdobre sem, muitas vezes, oferecer suporte à altura.
Nesse cenário, a escola pode ser uma aliada importante. Com comunicação ativa e sensibilidade para lidar com questões emocionais das crianças, a instituição contribui para o bem-estar das famílias. “Quando a escola compreende os desafios enfrentados por cada mãe, é possível construir uma relação mais próxima e efetiva com as famílias”, afirma Carol Lyra, diretora pedagógica do Colégio Anglo Sorocaba.
Ao mesmo tempo, empresas que adotam políticas de flexibilização de horários, licença parental compartilhada e canais de escuta ativa fazem diferença na vida dessas mulheres. São iniciativas que não apenas melhoram a qualidade de vida da mãe, mas também valorizam talentos que costumam desenvolver mais empatia, organização e resiliência após a maternidade.
Dentro de casa, o diálogo também é uma peça-chave. Quando casais dividem de forma justa os cuidados com os filhos e as tarefas domésticas, o ambiente se torna mais equilibrado. Isso reduz a pressão e permite que a mulher se dedique a cada parte da vida com mais serenidade.
É essencial ainda que cada mãe reconheça seus próprios limites. O sentimento de culpa, comum entre muitas mulheres, precisa ser substituído pela compreensão de que não é possível dar conta de tudo com perfeição — e que tudo bem mudar o foco conforme as fases da vida. Participar de grupos de apoio e manter momentos de autocuidado são atitudes que ajudam na saúde mental.
Mais do que tentar controlar cada aspecto da rotina, é preciso aceitar que equilíbrio não significa dividir tudo igualmente, mas fazer escolhas conscientes e sustentáveis. O apoio da escola, da empresa e da família transforma essa caminhada e fortalece as mães diante dos desafios.
Para saber mais sobre equilíbrio entre carreira, maternidade e educação, visite https://rhpravoce.com.br/colab/maternidade-e-carreira-desafios-e-possibilidades e https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/maternidade-e-carreira-a-busca-pelo-equilibrio/