21/04/2025
Crianças e adolescentes que enfrentam crises de ansiedade podem ter dificuldades para manter o foco, participar de atividades em grupo ou mesmo comparecer às aulas. Os impactos se refletem diretamente no desempenho escolar, com prejuízos na concentração, na memória e na disposição para aprender. Mesmo que a ansiedade seja uma resposta natural a momentos de pressão, ela se torna um problema quando começa a interferir de forma contínua na rotina.
Entre os sintomas mais frequentes estão dores de cabeça, náuseas, cansaço excessivo, alterações no sono e mudanças de comportamento, como irritabilidade ou retraimento. Situações que envolvem exposição, como apresentações em sala ou provas, muitas vezes despertam crises antecipadas. A criança se preocupa antes mesmo do evento ocorrer, criando um estado de tensão que a impede de se preparar adequadamente.
“A ansiedade escolar está entre os principais fatores que comprometem o rendimento acadêmico dos estudantes”, afirma Carol Lyra, diretora pedagógica do Colégio Anglo Sorocaba. “Reconhecer os sinais e agir de forma preventiva é essencial para oferecer o suporte necessário”, orienta.
O medo do julgamento e a insegurança sobre o próprio desempenho criam um ciclo de autossabotagem. A criança se sente incapaz, erra mais, reforça a sensação de fracasso e tende a se isolar. O resultado pode ser a queda no boletim, mas também a dificuldade de socialização com os colegas, o que agrava ainda mais a situação emocional.
Alguns fatores favorecem o surgimento da ansiedade em crianças, como mudanças bruscas na rotina, excesso de pressão por desempenho, conflitos familiares, histórico de bullying ou perdas importantes. Além disso, o exemplo dos adultos também influencia: pais ansiosos ou que vivem conectados o tempo todo tendem a gerar insegurança nos filhos.
Por isso, o combate à ansiedade na infância deve envolver escola, família e, se necessário, profissionais da saúde. Em casa, estabelecer horários para refeições, descanso e lazer ajuda a criar previsibilidade e segurança. Incentivar práticas como esportes, artes, leitura e técnicas de respiração pode funcionar como válvula de escape para momentos de estresse.
Já na escola, acolhimento e escuta são indispensáveis. Professores atentos aos sinais de ansiedade podem adaptar atividades, incentivar o trabalho em dupla antes do coletivo e estimular a expressão das emoções. O fortalecimento da autoestima passa por pequenas conquistas diárias, e o ambiente escolar pode ser um espaço importante de recuperação emocional.
Diagnosticar o transtorno precocemente permite intervenções mais eficazes. Terapias cognitivas, acompanhamento psicológico e, em alguns casos, a introdução de medicamentos fazem parte do tratamento. Mas nenhuma medida isolada substitui a presença ativa dos pais, com apoio afetivo, paciência e escuta sem julgamentos. Para saber mais sobre ansiedade, visite https://vidasaudavel.einstein.br/ansiedade-em-criancas/ e https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/ansiedade-em-criancas-como-reconhecer-os-sintomas/