26/03/2025
Desde muito cedo, as crianças vivenciam situações em que suas vontades não se realizam. Não conseguir o brinquedo preferido, perder um jogo ou ouvir um “não” dos pais são experiências frustrantes, mas extremamente formadoras. Esses momentos, embora desafiadores, são oportunidades valiosas para que a criança comece a desenvolver a capacidade de lidar com sentimentos difíceis e, com o tempo, aprenda a enfrentá-los com mais equilíbrio.
A frustração, quando reconhecida e acolhida, pode se transformar em aprendizado. Ao experimentar pequenas decepções, a criança aprende a esperar, a persistir e a entender que nem sempre tudo acontece como ela gostaria. Esse tipo de vivência, segundo especialistas em desenvolvimento infantil, contribui para a formação de um adulto mais resiliente, com mais preparo emocional para encarar os obstáculos da vida.
O papel da família nesse processo é essencial. Pais e cuidadores devem oferecer um ambiente seguro, onde a criança possa expressar seus sentimentos sem medo de julgamento. Ao validar a frustração da criança — por exemplo, dizendo “Eu sei que é difícil quando algo não acontece como você esperava” —, os adultos transmitem empatia e fortalecem o vínculo emocional. Esse apoio é fundamental para que a criança se sinta compreendida e aprenda que seus sentimentos são legítimos.
“Aprender a lidar com a frustração é um exercício de crescimento emocional que exige tempo, paciência e orientação dos adultos”, ressalta Carol Lyra, diretora pedagógica do Colégio Anglo Sorocaba. Ela destaca que esse aprendizado não acontece de forma automática, mas sim por meio de experiências diárias e da convivência com adultos que também saibam lidar com as próprias frustrações.
Estratégias simples, como ensinar a criança a respirar fundo diante de uma situação difícil, ajudam no desenvolvimento da autorregulação emocional. Brincadeiras com regras, jogos de tabuleiro e esportes também são excelentes ferramentas para que a criança aprenda a lidar com perdas e desafios. Nesses contextos, ela tem a chance de errar, tentar de novo, aceitar derrotas e entender que nem sempre será vencedora — e tudo bem.
Outro ponto importante é incentivar a autonomia da criança dentro de limites adequados. Permitir que ela tome decisões simples, como escolher a roupa que vai usar ou a atividade que deseja realizar, dá a ela a sensação de controle sobre algumas situações. Esse tipo de prática contribui para o fortalecimento da autoestima e para a construção de uma postura mais segura diante dos desafios. Para saber mais sobre frustração, visite https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/frustracao.htm e https://paulinhapsicoinfantil.com.br/blog/trabalhar-frustracao-infantil/