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menina com a mão na testa com dor de cabeça

Quando a dor é comum e quando acende o alerta

15/10/2025

Pais costumam ouvir a queixa “estou com dor de cabeça” após aulas longas, uso de telas ou noites mal dormidas. Em muitos casos, a dor de cabeça é leve, episódica e melhora com repouso, hidratação e rotina organizada. O desafio é reconhecer quando a dor deixa de ser um incômodo comum e passa a indicar um sinal de alerta que demanda avaliação médica.

A intensidade e o contexto ajudam. Dores de cabeça leves a moderadas, de curta duração e que não atrapalham atividades diárias tendem a estar ligadas à tensão muscular, ao cansaço ocular ou ao estresse. Já episódios que interrompem a rotina escolar, acordam a criança de madrugada, surgem todos os dias ou chegam acompanhados de outros sintomas precisam de investigação.

O que costuma estar por trás da dor de cabeça “do dia a dia”

Nos anos escolares, a cefaleia tensional é frequente. Ocorre após períodos de concentração prolongada, postura inadequada, pouca ingestão de água ou jejum. Costuma gerar aperto ou peso na testa e nas têmporas, sem náuseas importantes. Melhorar o sono, fracionar refeições e fazer pausas entre estudos costuma reduzir a frequência.

A enxaqueca também aparece na infância e na adolescência. Diferentemente do adulto, a criança pode sentir dor dos dois lados da cabeça, às vezes por 30 a 60 minutos, com náuseas, sensibilidade à luz e ao som. Muitos episódios são desencadeados por calor, barulho, mudanças de rotina, odores fortes e certos alimentos. Identificar gatilhos ajuda a prevenir crises.

Quando a dor de cabeça merece consulta médica

Sinais de alerta pedem avaliação. Entre eles, dor súbita e muito intensa, piora progressiva ao longo de dias, vômitos em jato, rigidez na nuca, febre persistente, alterações visuais, desmaios, confusão, fraqueza em braços ou pernas e mudança de comportamento. Dor que acorda a criança à noite ou aparece todas as manhãs também exige atenção. Nessas situações, o pediatra orienta os próximos passos e, se necessário, encaminha ao oftalmologista ou neurologista.

“Pais não precisam decorar listas de sintomas, mas devem confiar na observação diária: dor frequente que impede a criança de brincar, estudar ou dormir não é detalhe”, afirma Carol Lyra, diretora geral do Colégio Anglo Sorocaba.

Olhos, postura, telas e rotina: fatores que pesam

Problemas de refração, como hipermetropia significativa, podem gerar esforço excessivo para focar de perto e culminar em dor após leitura prolongada. A insuficiência de convergência — dificuldade de manter os dois olhos ajustados para tarefas próximas — também provoca desconforto e cansaço visual. Postura inadequada em mesa alta ou cadeira baixa tensiona pescoço e ombros e favorece cefaleia.

A higiene do sono é outro ponto-chave. Dormir pouco ou mal, especialmente em adolescentes, aumenta a suscetibilidade à dor. Exposição a telas no período noturno atrasa o início do sono e fragmenta o descanso. Refeições irregulares e baixa hidratação completam o cenário que sustenta dores recorrentes.

Emoções e dor: o corpo fala

Ansiedade, conflitos sociais, pressão por desempenho e acontecimentos familiares podem se expressar como dor de cabeça. Crianças nem sempre têm vocabulário para nomear sentimentos, então a dor surge como sinal do corpo. Nesses casos, acolhimento e conversa aberta ajudam. Se o desconforto persistir sem causa física identificada, vale buscar apoio psicológico.

Como diferenciar na prática: três perguntas úteis

Antes de medicar, vale responder: a dor atrapalha atividades? Existe padrão repetido (mesmo horário, mesma situação, mesmo gatilho)? Há outros sintomas associados? Quando a resposta aponta para prejuízo funcional, repetição frequente ou presença de sinais sistêmicos, é hora de conversar com o pediatra. Manter um pequeno diário de dor — com horário, intensidade, atividades do dia, sono, alimentação e tempo de tela — ajuda a encontrar relações e a dar ao médico um retrato mais fiel do problema.

Quando a automedicação não é uma boa ideia

Analgésicos sem orientação, sobretudo em uso repetido, mascaram sintomas, dificultam o diagnóstico e podem provocar dor de cabeça por excesso de medicação. Em crianças, a dose e o intervalo precisam ser definidos por um profissional. A regra prática é simples: se a dor exige remédio frequentemente, é preciso investigar. “Tratamentos eficazes começam com um bom diagnóstico. Registrar padrões, ajustar hábitos e procurar o pediatra nos sinais de alerta acelera o caminho para a melhora”, completa Carol Lyra.

O papel da escola e da família

Família e escola podem alinhar cuidados simples: oferecer água, permitir pequenas pausas visuais no estudo, garantir iluminação adequada e orientar postura na carteira. Se a criança já tem diagnóstico de enxaqueca, informar a equipe escolar sobre gatilhos e condutas combinadas diminui o impacto das crises no aprendizado.

Em provas e tarefas extensas, pausas curtas programadas ajudam a reduzir a cefaleia tensional. Professores atentos a mudanças de humor, sonolência e queda súbita de desempenho também colaboram para identificar quando a dor ultrapassa o esperado.

Passos práticos para reduzir a frequência da dor

Organizar horários de sono, manter refeições regulares, estimular hidratação e limitar telas à noite são medidas que costumam surtir efeito. Atividade física regular, preferencialmente ao ar livre, melhora o sono e regula o estresse. Para leitores assíduos e gamers, pausas de um a dois minutos a cada 20 ou 30 minutos aliviam a carga ocular.

Quando há suspeita de problema visual, a avaliação oftalmológica é essencial. Se a dor persistir apesar dos ajustes de rotina, o pediatra poderá solicitar exames e, se indicado, encaminhar ao neurologista.

E se a dor for outra?

Nem toda dor em crianças é cefaleia. Dores musculares após esporte, dor abdominal por constipação, dor de crescimento noturna em pernas e desconfortos transitórios após vacinas são comuns e, em geral, autolimitados. A diferença continua no impacto funcional, na repetição e nos sinais associados. Febre alta, apatia, perda de peso, rigidez intensa, limitação para caminhar e piora progressiva são marcos que exigem avaliação.

Quando procurar atendimento com urgência

Procure atendimento imediato diante de dor de cabeça explosiva e inédita, vômitos em jato sem náusea prévia, rigidez de nuca, febre que não cede, convulsão, desmaio, alteração visual súbita, fraqueza assimétrica, dificuldade para falar ou caminhar e dor após trauma importante na cabeça. Em crianças pequenas, choro inconsolável, sonolência excessiva e recusa alimentar associada à dor também justificam urgência.

Diferenciar dor comum de sinal de alerta não exige memorização de termos médicos, e sim atenção à criança real: como ela dorme, estuda, se alimenta e reage aos compromissos. A dor de cabeça que passa com ajustes simples provavelmente é funcional e esperada. A dor que se repete, piora ou vem acompanhada de outros sinais pede o olhar do pediatra.

Para saber mais sobre dor de cabeça, visite https://neurocop.com.br/blog/dor-de-cabeca-em-crianca/ e https://sbop.com.br/paciente/doenca/dor-de-cabeca-cefaleia-em-crianca/

 


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